terça-feira, 23 de novembro de 2010

O tempo vem.

Com a cara igual à da minha roupa: cinza.
Os olhos que vejo são pretos, vivos. Sua garota é vermelha, branca.
Nuvem de cigarro e mesmo assim, eu os enxergo rindo, plenos, suficientes.
Caminho de um lado pra outro, ando em círculos, dou voltas ao redor da gente que se amontoa.
Mesmo com tanta gente espalhada, eu só os vejo (os olhos): negros, vivos.
Me pego sem limites! O do compromisso do negro com a vermelha, branca. Não respeito na minha cabeça.
No último Natal era eu, ela.
Soltaram-me, enfim. Quase desumano vê-lo humano, amando, posando de fiel.
Um paradoxo encarnado. Porque canta que é "navio no mar sem porto e sem dono"; uma "ilha deserta onde ninguém quer chegar". E anda com ela, dá um nó com as mãos dos dois, faz as vontades dela que é vermelha, branca.
Quis sair mas estava sem as chaves de casa. Voltei e vi, bem negros, vivos: os olhos.

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