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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Da indignação ao conformismo
Vivendo crise de abstinência de você. Intercalada de um sossego incoerente, frio e falso e em que eu acredito. Num momento, sou suficiente, segura e resolvida. No outro, uma criança assustada, desprotegida, indefesa: percebo que estou sem você e é assim que vou estar. E sinto raiva. Muita. Por ter acreditado, aceitado minhas fantasias e especulações. Raiva de você por ter me beijado a testa, as pernas, o dorso; usado as palavras 'gostar', 'você' e 'eu' ns mesma frase; dito que queria ficar mais, ter me levado pela mão, me colocado entre suas pernas e me abraçado ali mesmo. Raiva porque tudo aconteceu pura e simplesmente por causa do seu desejo de "curtir" seja lá o que for, seja eu. Raiva por ainda pensar nisso, não apagar de uma vez a sua fisionomia. Vergonha por ter me emocionado ao ver o prazer brincar com a expressão de seu rosto, ao sentir a ponta dos seus dedos tocar a minha pele, ao perceber suas costas suarem por causa de nós. Vergonha por precisar escrever até aqui _ único jeito de me livrar dessas lembranças _ vergonha maior de ter abrigado em mim o significado de cada palavra que usei; vergonha de ter dificuldade de separar o que é real, oque se tem, do que é imaginado, do que se quer ter. Raiva por você não ter me explicado que casos assim não duram mais que uma fase de lua: se você me explicasse eu aceitaria, ficaria mais leve e fácil. Não sobraria pedaço de você. Raiva por parecer tão rendida, tão cheia e transbordada de paixão. Satisfeita por poder afirmar que sou apaixonada sim. Mas não é por nenhum homem ou mulher que pise esta terra. Sou apaixonada pela vida e sua manifestação em mim e nos outros. E em uns poucos que eu escolho pra apreciar e comemorar à sós, nus e desarmados. Sendo assim, não fuja nem desapareça. Quero poder olhar de novo seu peito descoberto, seus olhos semi cerrados, a boca tão perto. Mas dessa vez, eu vou lembrar que não fomos feitos pra ficar tão perto e que um minuto a mais que passarmos assim - dentro do outro - vai ser o ponto alto do dia... e nada mais.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Espero mudar de assunto no próximo...
Em um minuto abraçada com você eu posso tudo.
Só preciso de um minuto pra perceber que era de você que meus sonhos falavam noite após noite, sem dar descanso. Era um mistério sem fim, uma novela que nunca se desenrolava. Mas agora... agora eu tenho certeza porque, por um minuto, fui o corpo quente e emocionado que envolvia; fui seu amparo; sua companhia. Por meus mais ricos sessenta segundos, fui o centro das atenções dos seus ossos, seus músculos, sua mão machucada.
Imersa nas lavas que passeiam por minhas veias por te ter tão perto, sou capaz de prometer os absurdos: perdoar seus piores erros (os passados e os que virão) e nunca te lembrar deles e nunca usá-los para convencê-lo do que quer que seja. Ser sua somente; e de ninguém mais; nem no pensamento, nem na loucura, nem na embriaguez, nem no devaneio, nem na fantasia, nem na lembrança; tudo meu carregará seu nome e cheiro; tudo meu lhe pertenceria. Renunciar minha vontade quando o motivo for você; mudar de direção, de cidade, de planeta só pra te acompanhar. Comer só do que você achar que devo, quando devo, o que devo: se sua carne ou uma fruta; sou sua. Fugir deixando as roupas do corpo pra trás; encarar a estrada, a rua, o mundo. Cortar meus cabelos; deixá-los crescer até os pés: sou sua. Acordar antes do sol pra por a sua mesa; tirar a mesa depois de vermos a lua. Te acordar com um beijo ou mil; nenhum eu não aceito; são seus. Beber água ou vinho, sangrar sangue ou vinho, rasgar pele ou pão: sou sua. Tatuar o corpo, trocar a pele, misturar com a sua: sou sua. Dormir no escuro; com a lâmpada acesa; debaixo do sol; em cima do espinho. Ir embora à pé; de trem; de joelhos; de carona: sua. Ficar muda; ler mil páginas de um romance; inventar mil páginas de um romance. Velar tua insônia, viajar em seu sonho, esquecer o sono.
Fica. Eu fico quieta, não pergunto nada mas, fica. Se demore. Se deixa aqui um pouco. Deixa um pouco de você no meu ombro e colo. Não me responda, não me olhe, não explique. Mas me atenda quando eu ligar, diz que está ouvindo e que não vai desligar. Deixa eu contar minha história, do quanto de mim consegui construir sem você. O quanto de mim não é mais.
Ah, se você soubesse falar sim! Se não impusesse tantas restrições! Se não nos proibisse. Então aceitaria o que não cessei de oferecer. Mas antes, uma promessa: não fique nem um segundo a mais depois que descobrir que não sou eu quem você mais deseja. Não precisa amar, se entregar, se render. Apenas me queira, como se não existisse nenhuma outra de mim. Porque estou convencida de que não existe nenhum outro de você; nem de parte de você; nem de relance.
Em um minuto seguido de um sim, eu mudaria minha feição: um sorriso leve me acompanharia até o meu fim. Uma batida bem “samba” tocaria dentro. Eu veria o sol todas as vezes que o céu nublasse. Rouxinóis cantariam em meus ouvidos em plena floresta de pedra. O vento faria cócegas no meio de um furacão, ou num vale fundo. A folha teria gosto de morango, e o café ralo, de chocolate. O chão seria macio, o cair, gracioso.
Se algo do que eu dissesse te mudasse de ideia... precisariam inventar uma nova língua porque eu esgotaria todos os dicionários.
Ai, se você ficasse, querendo.
Ai
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Sobre jardins e pessoas
Quero sorrir e quero chorar. Quero ser todas elas: as loiras, as ruivas, as orientais (se é que encontrou uma). Quero ser a única jambo.
Calma, não balance a cabeça. Contento-me em estar no centro de um pequeno bosque a nordeste do ponto de referência mais importante que tiver, seja ele qual for.
Eu sei que existem outros esconderijos, cavernas e estátuas. Porque eu sei que você não é um jardim; é floresta.
Que eu quero conhecer com cada linha de minha digital;
toda vez que trocar de pele, quero apresentar minha superfície à você;
quando uma nova gota de saliva ou suor brotar de mim quero oferecer para deguste de sua língua;
antes de os odores se desprenderem e ganharem o ar, quero que os inale e entorpeça;
cravar minhas unhas em você antes que eu as corte e elas cresçam sem te conhecer.
Se não posso ser todas (elas) ainda há a chance se ser toda (eu). E uma pessoa inteira vale muito; vale mais que várias pessoas-pela-metade (ou nem isso) juntas. Você vale mais e, se meus olhos brilham, é de ver tanta riqueza junta.
Não vou mentir dizendo que não sinto medo quando chega a noite e ouço barulhos estranhos, risos escancarados, asas batendo das folhas _ festa na floresta. Medo de definhar esquecida em um lugar sem água nem alimento. De sofrer e você não se importar.
Mas a bem da verdade é que não se importa. E eu sei. E fico. Elas sabem e ficam. Andamos nuas a te servir, alegremente; uvas na boca, água quente nos pés. E fico não sei porque. Por não ter pra onde ir? Por gostar de algo misterioso que só tem ali? Fico.
Se eu beber você fico jovem pra sempre; e eu bebo _ se se colocar a um gole de distância de mim. Não me censuro, nem você.
Espero no tal bosque escondido, a nordeste, etc. É só seguir o barulho das águas inquietas, borbulhantes: meu sangue quando te ouço aproximar.
Calma, não balance a cabeça. Contento-me em estar no centro de um pequeno bosque a nordeste do ponto de referência mais importante que tiver, seja ele qual for.
Eu sei que existem outros esconderijos, cavernas e estátuas. Porque eu sei que você não é um jardim; é floresta.
Que eu quero conhecer com cada linha de minha digital;
toda vez que trocar de pele, quero apresentar minha superfície à você;
quando uma nova gota de saliva ou suor brotar de mim quero oferecer para deguste de sua língua;
antes de os odores se desprenderem e ganharem o ar, quero que os inale e entorpeça;
cravar minhas unhas em você antes que eu as corte e elas cresçam sem te conhecer.
Se não posso ser todas (elas) ainda há a chance se ser toda (eu). E uma pessoa inteira vale muito; vale mais que várias pessoas-pela-metade (ou nem isso) juntas. Você vale mais e, se meus olhos brilham, é de ver tanta riqueza junta.
Não vou mentir dizendo que não sinto medo quando chega a noite e ouço barulhos estranhos, risos escancarados, asas batendo das folhas _ festa na floresta. Medo de definhar esquecida em um lugar sem água nem alimento. De sofrer e você não se importar.
Mas a bem da verdade é que não se importa. E eu sei. E fico. Elas sabem e ficam. Andamos nuas a te servir, alegremente; uvas na boca, água quente nos pés. E fico não sei porque. Por não ter pra onde ir? Por gostar de algo misterioso que só tem ali? Fico.
Se eu beber você fico jovem pra sempre; e eu bebo _ se se colocar a um gole de distância de mim. Não me censuro, nem você.
Espero no tal bosque escondido, a nordeste, etc. É só seguir o barulho das águas inquietas, borbulhantes: meu sangue quando te ouço aproximar.
terça-feira, 22 de março de 2011
Preciso sair.
Pra parar de pensar no que pode acontecer amanhã, daqui a pouco.
Preciso ficar.
Pra ensaiar no espelho tudo o que direi em minha defesa (ou humilhação, se necessária), pra te ter de volta.
Preciso viver.
Uma vida minha, independente do seu próximo suspiro. Dos seus planos.
Preciso aprender.
A guardar melhor os meus segredos, principalmente os do amor.
Preciso crescer.
De preferência porque você estará em mim.
Pra parar de pensar no que pode acontecer amanhã, daqui a pouco.
Preciso ficar.
Pra ensaiar no espelho tudo o que direi em minha defesa (ou humilhação, se necessária), pra te ter de volta.
Preciso viver.
Uma vida minha, independente do seu próximo suspiro. Dos seus planos.
Preciso aprender.
A guardar melhor os meus segredos, principalmente os do amor.
Preciso crescer.
De preferência porque você estará em mim.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
A ira dos anjos
Jennifer olhou para Adam, concentrado no problema de palavras cruzadas e pensou: “Reza por mim." Sabia que estava a fazer uma coisa errada. Sabia que aquilo não podia durar para sempre. E, no entanto, nunca experimentara tanta felicidade, tanta euforia. Os apaixonados viviam num mundo especial, onde todos os sentimentos eram mais profundos, e a alegria que Jennifer sentia agora junto de Adam era digna de qualquer preço que ela tivesse de pagar mais tarde. E sabia que ia ter de o pagar.
[...]
Agora, o seu tempo era contado pelos minutos que podia passar com Adam. Pensava nele quando estava com ele, e pensava nele quando estava longe dele.
Jennifer estava dominada por emoções que até aí desconhecera existirem nela. Nunca imaginara que pudesse ser caseira, mas queria fazer tudo para Adam. Queria cozinhar para ele, limpar para ele, preparar-lhe a roupa de manhã. Tomar conta dele.
Ela ficava deitada ao lado dele, vendo-o adormecer, e tentava permanecer acordada o máximo de tempo possível, com medo de perder um único momento que fosse do tempo precioso que passavam juntos. Por fim, quando Jennifer já não conseguia manter os olhos abertos, aninhava-se nos braços de Adam e adormecia, satisfeita e confiante. A insônia que durante tanto tempo atormentara Jennifer tinha-se dissipado. Os demônios noturnos que a haviam torturado tinham desaparecido.
Quando se enroscava entre os braços de Adam, sentia-se imediatamente em paz.
Gostava de andar pelo apartamento com as camisas de Adam vestidas e, à noite, usava o casaco de pijama dele. Se ainda estava na cama quando ele saía, de manhã, Jennifer rebolava para o outro lado da cama. Amava o odor morno dele.
Parecia que todas as canções de amor que ouvia tinham sido escritas para Adam e para ela, e Jennifer pensava: “Noel Coward tinha razão. É surpreendente o modo como a música sem qualidade consegue ser poderosa."
[...]Desejava que aquilo que possuíam nunca acabasse. Mas sabia que havia de acabar.
Sidney Sheldon
Eu chorei lendo isso, juro!
[...]
Agora, o seu tempo era contado pelos minutos que podia passar com Adam. Pensava nele quando estava com ele, e pensava nele quando estava longe dele.
Jennifer estava dominada por emoções que até aí desconhecera existirem nela. Nunca imaginara que pudesse ser caseira, mas queria fazer tudo para Adam. Queria cozinhar para ele, limpar para ele, preparar-lhe a roupa de manhã. Tomar conta dele.
Ela ficava deitada ao lado dele, vendo-o adormecer, e tentava permanecer acordada o máximo de tempo possível, com medo de perder um único momento que fosse do tempo precioso que passavam juntos. Por fim, quando Jennifer já não conseguia manter os olhos abertos, aninhava-se nos braços de Adam e adormecia, satisfeita e confiante. A insônia que durante tanto tempo atormentara Jennifer tinha-se dissipado. Os demônios noturnos que a haviam torturado tinham desaparecido.
Quando se enroscava entre os braços de Adam, sentia-se imediatamente em paz.
Gostava de andar pelo apartamento com as camisas de Adam vestidas e, à noite, usava o casaco de pijama dele. Se ainda estava na cama quando ele saía, de manhã, Jennifer rebolava para o outro lado da cama. Amava o odor morno dele.
Parecia que todas as canções de amor que ouvia tinham sido escritas para Adam e para ela, e Jennifer pensava: “Noel Coward tinha razão. É surpreendente o modo como a música sem qualidade consegue ser poderosa."
[...]Desejava que aquilo que possuíam nunca acabasse. Mas sabia que havia de acabar.
Sidney Sheldon
Eu chorei lendo isso, juro!
terça-feira, 22 de junho de 2010
Bandeira Branca
Querendo dizer algo de denso. A cabeça já cheia e zonza... Quero cair.
Venho pra te fazer sentir culpa.
Por não querer; não gritar meu nome; pelo meu desequilíbrio.
Culpado por levar esses olhos tristes no rosto; esse porte largo; essa voz chorosa; esse peito desprotegido.
É tudo o que eu já disse antes.
Porém, não é inocente. Não veio me roubar de mim, da minha melancolia, da grande invenção que é onde mora minha mente. Onde descanso e tento entender quando que deixei de saber exatamente o próximo passo. Quando perdi a alegria que o otimismo dá.
Otimista quanto à um desejo, um capricho concebido. Quando foi, volta?
Desculpa por não dizer.
Mas eu não perdôo por não ter perguntado, nem se importado.
Equivocada.
Todo o tempo. Os sonhos não páram de circular em minha mente.
Eles fingem acontecer. Mas é só mentira.
Os dias emendam-se e é tudo um eterno continuar: o prosseguimento da vida sua, eu sem fazer parte de nenhuma. Nem da minha.
Sei que isso não é motivo pra birra ou berro ou choro ou ódio. É só motivo pra silêncio.
Ando em retirada pacífica.
Sem enterrar nenhuma mina explosiva em seu campo, nem armadilhas, nem saudades.
Não saio de mãos vazias:
Tomei seus olhos tristes; o peito desprotegido; os passos soltos. São meus agora.
Venho pra te fazer sentir culpa.
Por não querer; não gritar meu nome; pelo meu desequilíbrio.
Culpado por levar esses olhos tristes no rosto; esse porte largo; essa voz chorosa; esse peito desprotegido.
É tudo o que eu já disse antes.
Porém, não é inocente. Não veio me roubar de mim, da minha melancolia, da grande invenção que é onde mora minha mente. Onde descanso e tento entender quando que deixei de saber exatamente o próximo passo. Quando perdi a alegria que o otimismo dá.
Otimista quanto à um desejo, um capricho concebido. Quando foi, volta?
Desculpa por não dizer.
Mas eu não perdôo por não ter perguntado, nem se importado.
Equivocada.
Todo o tempo. Os sonhos não páram de circular em minha mente.
Eles fingem acontecer. Mas é só mentira.
Os dias emendam-se e é tudo um eterno continuar: o prosseguimento da vida sua, eu sem fazer parte de nenhuma. Nem da minha.
Sei que isso não é motivo pra birra ou berro ou choro ou ódio. É só motivo pra silêncio.
Ando em retirada pacífica.
Sem enterrar nenhuma mina explosiva em seu campo, nem armadilhas, nem saudades.
Não saio de mãos vazias:
Tomei seus olhos tristes; o peito desprotegido; os passos soltos. São meus agora.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Impressões
Penso ser melhor agora.
Que não me preocupo com o que estará fazendo no outro dia de manhã ou, na noite seguinte, quem abraçará.
Tudo que existe de substância, de concretude, de palpável, estava ali. Por que me perturbaria?
A dúvida é só uma. Continuo só?
Porém, não me perturbo.
Bem melhor.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Motim
Aviso: Trata-se de uma tentativa frustrada e mal-acabada de traduzir o que balbucia um coração. Tenha sempre em mente que é impossível fugir do indizível.
Ainda não tinha experimentado. Por mais absurdo que pareça, o céu foi convertido em outro quando você me apontou as constelações.
É absurdo como, mais uma vez, você sái e minhas pernas imploram por teu rastro. Querem que eu as leve pra perto das suas... perto o suficiente para um movimento de luta na qual não importa quem imobiliza o adversário mas, sim, o que vem depois.
Só agora percebo que ecoam gemidos de sob os cabelos reclamando hálito quente, mãos firmes, um afago doce até. Os olhos resolveram ter idéia fixa e em cada canto imprimem um vulto seu.
Da pele emergem placas de ardor por todos os lados reivindicando um só remédio.
Desaprendi as táticas de repressão e auto controle ao constatar meu corpo assim rebelde e cheio de exigências. Ou, por pura displicência, deixei as armas que tinha se desvencilharem dos meu dedos.
Os golpes que são desferidos dentro me machucam. Quão paradoxal isso consegue ser?
Parte de mim é cúmplice do alvoroço. Financia-o e põe fogo. Se assim não o fosse, teria usado do poder descrito pelas ciências da mente humana concentrando-me em calar esses rumores e ameaças.
E você alheio ao rebuliço.
Não sabe o poder que tem.
Carrega consigo a essência que embebeda.
Leva na garganta a voz que seduz e no peito, uma granada.
Sem cuidado, se espalha por aí.
Meu Deus! Daí, então, o que me restará? Se é impossível aprisionar algo seu pra por debaixo de meu travesseiro, diga, o que resta?
Antes possua e deixe que suspire.
Não, um suspiro seu eu não posso aguentar.
Ainda não tinha experimentado. Por mais absurdo que pareça, o céu foi convertido em outro quando você me apontou as constelações.
É absurdo como, mais uma vez, você sái e minhas pernas imploram por teu rastro. Querem que eu as leve pra perto das suas... perto o suficiente para um movimento de luta na qual não importa quem imobiliza o adversário mas, sim, o que vem depois.
Só agora percebo que ecoam gemidos de sob os cabelos reclamando hálito quente, mãos firmes, um afago doce até. Os olhos resolveram ter idéia fixa e em cada canto imprimem um vulto seu.
Da pele emergem placas de ardor por todos os lados reivindicando um só remédio.
Desaprendi as táticas de repressão e auto controle ao constatar meu corpo assim rebelde e cheio de exigências. Ou, por pura displicência, deixei as armas que tinha se desvencilharem dos meu dedos.
Os golpes que são desferidos dentro me machucam. Quão paradoxal isso consegue ser?
Parte de mim é cúmplice do alvoroço. Financia-o e põe fogo. Se assim não o fosse, teria usado do poder descrito pelas ciências da mente humana concentrando-me em calar esses rumores e ameaças.
E você alheio ao rebuliço.
Não sabe o poder que tem.
Carrega consigo a essência que embebeda.
Leva na garganta a voz que seduz e no peito, uma granada.
Sem cuidado, se espalha por aí.
Meu Deus! Daí, então, o que me restará? Se é impossível aprisionar algo seu pra por debaixo de meu travesseiro, diga, o que resta?
Antes possua e deixe que suspire.
Não, um suspiro seu eu não posso aguentar.
sábado, 19 de dezembro de 2009
Despertar
Se eu não contasse eu não iria me sentir completa.
Guardar sensações como aquelas chega a ser egoísmo. Compartilhá-las é minha ambição.
O notável é que não foram emoções novas que me invadiram o corpo durante o sonho. Foram as de um passado não muito distante. Por isso fico feliz em concluir que tenho me entregado inconscientemente à mais essa forma de amar.
Perdoe-me o verbo (amar) mas é que ele tem tantas faces... umas mais verdadeiras que outras mas é amor. No entanto, se você acredita cegamente que amor é verdade sempre, pode ir. Ou então fique se eu te convencer com o argumento que o que eu aceito como verdade pode não ser para outro. No fim das contas, o amor é o que a gente procura.
Mas não é essa a questão.
Acordei serena e angustiada, confusa e bem resolvida. É que a mente cria 'emendas' para que o pouco que existe na vida real seja correspondente aos desejos do coração.
Coração enganoso? Eu gosto assim. Gosto de sentir raiva quando longe e logo depois perdoar quando perto. Perdôo traições não cometidas mas imaginadas; porém, as traições não podem existir pois ele tem asas e disse que eu as tenho também. Asas na mente, no corpo, nos sexos, na língua e no ser.
Além do mais, só existe lugar pra um na sua garupa. É assim que eu prefiro pensar. Eu sou matéria excedente em sua rotina e logo que chego, saio para dar espaço ao outro que estava ali.
Eu vim pra ficar no lugar de alguém quando este se distrai. Não cabem promessas nem laços de alma. É temporário e indefinido. Não sei quando vai aparecer uma fenda para eu invadir por ali.. assim sem aviso, sem oferecer chances de defesa. Só vou embora quando sinto que devo; não adianta me dar essa ordem. Eu vou saber quando você não precisar da infecção que eu provoco. Eu vou saber quantos anticorpos seus eu vou matar.
Eu também curo. Selo pequenos arranhões com minha saliva, faço enxertos com minha própria pele. Sou remédio, sou droga, sou alívio.
Peço que fique ao alcance dos meus olhos sempre que possível e se deixe sem medo em minhas mãos... Eu saberei o que fazer.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Ele me fascina
Ainda não havia me dado conta da sua musicalidade, disso de tão grandioso que domina meus sentidos. Então, quero mais é te ter...
Não ser dona nem posse. Só estar do lado durante alguma parte do teu percurso, ou da tua parada para descanso. Eu te acompanho.
Sinto um pouco de medo, eu tenho que admitir. Medo da sua loucura, dos seus traumas, dos seus vícios.
Mas sua voz me acalma. 'Cantante' ou não.
Eu só preciso que dance. Porque dançar é ser livre e é assim que eu quero que me vejam.
Delicie-se com minha expressão solta, contente e grata ao Universo por deixar uma linha no espaço para ligar dois olhares sob o céu 'enluarado'.
Não existe mistério algum, eu lhe digo tudo (se você quiser ouvir).
Mas, se você gostar de enigmas, me explica o que acontece quando os tecidos da sua estrutura abalam a minha.
Só por curiosidade.
domingo, 25 de outubro de 2009
Nova parada
Como música quero que me ouça e absorva as ondas que emanam do sons deste arranjo de harmonias.
Mantenho uma certa distância, se isso lhe for necessário. Deixo espaço para que respire, coma e beba e até corra. Na verdade, te vigio só com o canto do olho esperando um aceno para então virar completamente o rosto em sua direção. Me aceite naquele intervalo parado no tempo; é um convite para que eu viva aquele instante com você... Percebe a seriedade da proposta? Compartilhar dos mesmos minutos, os mesmos irrecuperáveis e singulares minutos.
Se me pedir silêncio, sufoco meus gritos de desalento, os choros sem razão, escondo os cortes que me expõem os ossos. Para que durma tranquilo, sem perturbações... Para que eu possa acompanhá-lo ali, ao pé de[...]
Não posso continuar com isso de escrever tudo.
As palavras me roubam os sentimentos. Assim eu os perco e não estou em condições de perder o pouco que tenho.
Quando aprender a dominá-las (e a mim), volto e conto tudo. Só quando parar de atribuir tanta emoção à esse conjunto de letras.
Preciso parar.
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