terça-feira, 18 de maio de 2010

Me dedique.

Não é pra ser nada de mais.
É só uma conversa.
Um tempo dado pra mim. Um presente seu pra mim: Mente tranquila e quase vazia olhando pra mim. Dividindo espaço com a minha mente.
Piscar de olhos que saiam faíscas. Não é nada de mais. Nada de incêndios nem de alardes. Não precisa pular da janela, nem se enrolar em cobertores. Só quero as queimaduras finas das faíscas...
Um espaço pra que eu possa viver os restinhos de adolescências em mim. Empresta um pouco sua mão. Toca com ela o meu rosto. Mude a temperatura. Ruborize.
Empresta um pouco do seu peito, põe minha cabeça ali. Me faça chorar só pra que eu experimente do seu ombro.
Falta pouco pra eu virar adulta, eu sei. Eu quero.
Não precisa passar por isso comigo.
Só esteja lá minutos antes e minutos depois.
Eu passo o 'durante' sozinha.
Vai ser rápido assim, eu garanto.
Fica aí pra me dar uma carona. Tenha calma, não quero atrapalhar.
Também não quero que vá, confuso.
Fique até o fim.
Até que chegue ao fim, que o pulso normalize, que a temperatura estabilize, que eu toque os pés no chão novamente.
Eu teço um casaco de palavras que nunca vou dar.
É muito cheio de buracos, eu vejo.
É assim com qualquer sonho, qualquer memória, qualquer desejo.
Nunca estarão completos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Céu, Lua, Sonho Esquisito

Eu te namoro, não sabia?
Todos os dias nos encontramos e conversamos com os olhos e com as mãos.
Acaricio-lhe os cabelos e o pescoço. Você sente-se seguro e aconchegado.
Enfim, achaste um porto seguro! Uma âncora! uma companheira de viagem!
Pra todos os lugares nós seguimos juntos.
Precisas de mim, e sabes disso.
Pois agora mesmo vou lhe encontrar.
Contemplar suas marcas  de expressão como quem contempla as reentrâncias na superfície da Lua.
Ver-te brilhar como a Lua.
Um dia iremos juntos à Lua.
Mas, por enquanto, deixa eu te encontrar.
Em algum lugar do meu inconsciente.
De onde partem os sonhos.
É só ali que nos encontramos.
Por enquanto.