sexta-feira, 23 de abril de 2010

Tu és o Deus da minha salvação

Contar pra qualquer um exigiria uma explicação acompanhada de uma longa história.
Eu não gosto de histórias. As da Bíblia, as dos meus pais, pessoas de existência relevante... É só o que me é precioso. Mas não a minha.
Então todos se viram para ver quem é o visitante.
Agora que todo mundo já foi, me conta: Foi você quem jogou um ácido sobre meu corpo? Porque ardeu.
Primeiro, as maçãs  do rosto, depois o peito, as costas... Daqui a pouco pagava por uma desculpa para ir embora. Não precisava. Meu corpo frágil me denunciava. Eu queria poder me dissolver no ar.
Tenho tendência de desenvolver qualquer explanação sobre mim com 'talvezes'. Não gosto disso também.
Fingi que era um vulto, uma miragem, uma ilusão, não sei. Seus olhos continuavam lá: Vivos, fixos, fatais.
Da sua respiração saia o ar que me roubou um dia... Respira tranquilo, nada acontece.
Nada acontece.
Nada acontece.
É por isso que jogo objetos com força no chão, corro pro quarto e tento pedir ajuda ao meu inconsciente.
Peço: Sonhe.
Ouço: Engula o que é real.
Peço: Me salve.
Ouço: Encare.
Digo que não entendo e venho aqui contar um nada.


Desisto de mim. Me rendo ao Criador.
Meu Paizinho que está em todos os lugares da Terra nos olhando... Ouvidos abertos para o desabafo, Braços preparados para o socorro, Palavras doces e leves... O sussurro que só percebo quando fico quieta.
Quero ficar quieta. Que minha cabeça páre com tanta turbulência.
Eu quero ficar em paz em meu Senhor.
Deus, me ajuda.
Quero lembrar daquilo que me dá esperança quando eu estiver confusa assim. Lembrar que existe um Senhor de Tudo.
Seja  Senhor da minha vida.
Somente Tu, Pai. Somente Tu.