Você veio e me encontrou com medo do mar gelado e forte do amor.
Pegou minha mão e disse "Vamo caminhar na beira do mar, você vai perceber que não é tão gelado nem assustador assim".
Então coloquei um pé, depois o outro, dei uns pulinhos, senti as algas enroscarem no meu tornozelo, fiz uma concha com as mãos e molhei o rosto, os braços...
Deixei a maré me trazer um pouco mais pra dentro. Agora, a barra do meu vestido está molhada. Mais um pouco e eu me deixo arrastar. Entrego cada pedaço do meu corpo à sensação de estar cercada por três dos quatro elementos e ser o quarto.
Quero pertencer completamente ao minuto presente, ouvir sua voz acalmando meu coração e me convidando para sentir o agora: o cheiro da água salgada, o vento brincando com meus cachos.
essa água morna curando minhas feridas.
Olho pro lado, você está sorrindo, você ficou.
Aberto
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
sexta-feira, 8 de setembro de 2017
Ela
A senhorinha de cabelos branquíssimos
anda pelas ruas da cidade em que vivo
com a firmeza de uma moça de 20
Mas eu sei que dentro dela estão todas as vidas passadas possíveis
Certamente de rainhas e amazonas
Porque ela pisa o chão de pedras com a braveza das figuras mais fortes da história
A senhorinha de cabelos branquíssimos
mora perto de mim
mas eu não sei o nome dela.
Penso em perguntar, mas tenho medo de atrapalhar seu caminho
Assim como temo estar no meio da fila de formigas que seguem seu propósito firmemente
Tão focadas naquilo que é bem maior
Me envergonho por pensar em me atrever a interromper a linha do seu pensamento
Que deve ser elevado e ponderado
Sobre o mundo e as pessoas
A senhorinha de cabelos branquíssimos mantém os cabelos lisíssimos sempre impecáveis em um simples coque
Olha pra frente, e nunca pro chão
E nunca tropeça
Ela sabe bem onde colocaram as pedras dessas ruas
há alguns séculos atrás.
Nada a engana
Nem mesmo a moça de cabelos encaracolados que insiste em olhar pra trás
espiando seu trajeto
Tentando sorver um pouco de sua sabedoria
A senhorinha de cabelos branquíssimos
não fica doente
Mesmo na chuva, ela sai pra caminhar
e colocar tudo que está fora, no lugar
Mesmo que precise entrar no ônibus que a aguarda na esquina
Ela senta, com a expressão constante
E termina o dia, satisfeita.
A senhorinha de cabelos branquíssimos
usa um sapato branco,
limpíssimo.
Ela desvia das sujeiras,
é dona de si e do percurso que escolhe.
Os cheiros e criaturas estranhas dos arredores não lhe causam sensação alguma.
São parte da paisagem.
A senhorinha de cabelos branquíssimos
Se riria de mim
Se soubesse que eu,
que tenho um terço da sua idade,
deixo de sair de casa pra ver o céu azul
porque me senti presa pelos medos e ansiedades infundadas
Que me torturam desde a adolescência
A senhorinha de cabelos branquíssimos,
com uma palavra somente,
me colocaria no meu lugar
De mulher, forte por natureza,
Jovem, pela lei natural da existência
E me levaria no portão depois de cochichar:
"Moça, esse chão também é seu.
Vai e usa dele pra fazer o seu destino.
tem sangue índio e negro em nós,
Não seja menos dona do mundo do que nós sempre fomos".
anda pelas ruas da cidade em que vivo
com a firmeza de uma moça de 20
Mas eu sei que dentro dela estão todas as vidas passadas possíveis
Certamente de rainhas e amazonas
Porque ela pisa o chão de pedras com a braveza das figuras mais fortes da história
A senhorinha de cabelos branquíssimos
mora perto de mim
mas eu não sei o nome dela.
Penso em perguntar, mas tenho medo de atrapalhar seu caminho
Assim como temo estar no meio da fila de formigas que seguem seu propósito firmemente
Tão focadas naquilo que é bem maior
Me envergonho por pensar em me atrever a interromper a linha do seu pensamento
Que deve ser elevado e ponderado
Sobre o mundo e as pessoas
A senhorinha de cabelos branquíssimos mantém os cabelos lisíssimos sempre impecáveis em um simples coque
Olha pra frente, e nunca pro chão
E nunca tropeça
Ela sabe bem onde colocaram as pedras dessas ruas
há alguns séculos atrás.
Nada a engana
Nem mesmo a moça de cabelos encaracolados que insiste em olhar pra trás
espiando seu trajeto
Tentando sorver um pouco de sua sabedoria
A senhorinha de cabelos branquíssimos
não fica doente
Mesmo na chuva, ela sai pra caminhar
e colocar tudo que está fora, no lugar
Mesmo que precise entrar no ônibus que a aguarda na esquina
Ela senta, com a expressão constante
E termina o dia, satisfeita.
A senhorinha de cabelos branquíssimos
usa um sapato branco,
limpíssimo.
Ela desvia das sujeiras,
é dona de si e do percurso que escolhe.
Os cheiros e criaturas estranhas dos arredores não lhe causam sensação alguma.
São parte da paisagem.
A senhorinha de cabelos branquíssimos
Se riria de mim
Se soubesse que eu,
que tenho um terço da sua idade,
deixo de sair de casa pra ver o céu azul
porque me senti presa pelos medos e ansiedades infundadas
Que me torturam desde a adolescência
A senhorinha de cabelos branquíssimos,
com uma palavra somente,
me colocaria no meu lugar
De mulher, forte por natureza,
Jovem, pela lei natural da existência
E me levaria no portão depois de cochichar:
"Moça, esse chão também é seu.
Vai e usa dele pra fazer o seu destino.
tem sangue índio e negro em nós,
Não seja menos dona do mundo do que nós sempre fomos".
terça-feira, 5 de setembro de 2017
Mais um talento
Suas palavras acariciam meu coração em lugares que nunca haviam sido tocados.
Elas entram na minha cabeça como canção de ninar pra minha mente acelerada e assustada.
Cuidam das feridas que eu insistia em reabrir, maltratar, descobrir. E que eu acreditei que não iria sarar.
O jeito que você escolhe as palavras
Me faz sentir amada.
É como se você estivesse montando um buquê de flores para uma data especial
Claro que com flores encontradas soltas.
Você seria incapaz de arrancá-las do caule só por vaidade.
O jeito que você escolhe dizer as palavras...
Ai! Me dá arrepios de prazer,
enche minha existência de alegria
Grata por poder te ouvir
O momento que você escolhe para me entregar as palavras
às vezes é quase sobrenatural,
de tão instintivo e certo
O encaixe ideal
Na dose e no tempo que eu preciso, mas que nem havia contado
Você só percebeu, e fez.
É tanto amor envolvido nesse complexo ato de se comunicar,
E mesmo assim, te vejo desprendendo energia e cuidado para ser o melhor pra mim
E pra todos que você deseja o bem
Olha, eu vejo!
Um menino que se dedica às preciosidades do caminho
Que encontra tesouros escondidos debaixo de folhas secas e barro
E te fazem rico
Espero que feliz
Você me faz feliz.
Elas entram na minha cabeça como canção de ninar pra minha mente acelerada e assustada.
Cuidam das feridas que eu insistia em reabrir, maltratar, descobrir. E que eu acreditei que não iria sarar.
O jeito que você escolhe as palavras
Me faz sentir amada.
É como se você estivesse montando um buquê de flores para uma data especial
Claro que com flores encontradas soltas.
Você seria incapaz de arrancá-las do caule só por vaidade.
O jeito que você escolhe dizer as palavras...
Ai! Me dá arrepios de prazer,
enche minha existência de alegria
Grata por poder te ouvir
O momento que você escolhe para me entregar as palavras
às vezes é quase sobrenatural,
de tão instintivo e certo
O encaixe ideal
Na dose e no tempo que eu preciso, mas que nem havia contado
Você só percebeu, e fez.
É tanto amor envolvido nesse complexo ato de se comunicar,
E mesmo assim, te vejo desprendendo energia e cuidado para ser o melhor pra mim
E pra todos que você deseja o bem
Olha, eu vejo!
Um menino que se dedica às preciosidades do caminho
Que encontra tesouros escondidos debaixo de folhas secas e barro
E te fazem rico
Espero que feliz
Você me faz feliz.
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
Ela sendo eu
Como um pequeno barco eu me deixo flutuar sobre as águas do planeta.
O sol beija minha pele, me abraça, me sinto parte de algo bem maior.
Meu instinto é sorrir de volta para essa onda de vida, essa força que cresce em mim e me faz querer que todo dia aconteça.
Me sinto abençoada por saber que o ar encontra o caminho dos meus pulmões dessa forma tão graciosa. Que moléculas de vida viajem até os ramos mais distantes, até a unidade elementar, só para trocarem de meio e se deixarem carregar por células quase ocas, para alimentarem outras.
E que a vida chega em cada pedaço de mim, por igual.
Eu quero ser maior que antes.
Está crescendo em mim a mulher que quero ser: plena, tranquila e segura.
Sigo feliz com a certeza se ser ela.
Caminhamos juntas para o desconhecido.
Não existe medo. Apenas caminhamos.
O sol beija minha pele, me abraça, me sinto parte de algo bem maior.
Meu instinto é sorrir de volta para essa onda de vida, essa força que cresce em mim e me faz querer que todo dia aconteça.
Me sinto abençoada por saber que o ar encontra o caminho dos meus pulmões dessa forma tão graciosa. Que moléculas de vida viajem até os ramos mais distantes, até a unidade elementar, só para trocarem de meio e se deixarem carregar por células quase ocas, para alimentarem outras.
E que a vida chega em cada pedaço de mim, por igual.
Eu quero ser maior que antes.
Está crescendo em mim a mulher que quero ser: plena, tranquila e segura.
Sigo feliz com a certeza se ser ela.
Caminhamos juntas para o desconhecido.
Não existe medo. Apenas caminhamos.
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
Contempla
Te vejo do outro lado dessa parede de vidro.
Podia ser de qualquer outro material,
mas é transparente.
Então, não consigo fingir que não sei que você está aí dentro,
sozinho
Com frio, quem sabe?
E tem um jardim tão bonito aí dentro. Com balanços e banquinhos. Árvores e lagartas.
Você parece saber minhas cores favoritas,
as flores que tem os perfumes que mais me agradam
Coloco as mãos nesse redoma e tento sentir o calor da vida que você cultiva aí dentro.
Aqui fora está gelado;
Meus lábios já escureceram e mal consigo abrir os olhos por causa da geada nos meus cílios
E meus cabelos estão imóveis e molhados
As pontas dos meus dedos eu nem sinto
Mas eu não tiro as mãos da parede
Minhas mãos estão nuas, só pra conseguir capturar qualquer faísca de vida que meus olhos encontraram ao seu redor
Posso voltar
Às vezes tenho impressão de te ouvir me mandar embora, ou pedir que eu volte pra minha casa, onde é mais seguro, e onde não venta tanto.
Deveria ir, minhas flores, aquelas que eu plantei e reguei sozinha, têm saudade,
os pássaros assobiam nosso código de socorro.
Mas tenho medo de esquecer o caminho de volta
Sabe, eu sempre fui ruim em decorar direções,
sumo os mapas, ou os jogo fora sem pensar.
Piso e quebro minhas bússolas sem querer.
Eu ando tão distraída...
Decido ficar mais um pouco, mas somente a pele não é suficiente pra manter meus órgãos em uma temperatura segura
Já estou completamente nua há um tempo,
Nem sei onde ficaram minhas roupas.
Corro perigo.
Meu sangue corre cada vez mais lento, o coração está atordoado.
Olho pra trás, meus pássaros vieram ao meu resgate.
Antes de ir, espio seu esconderijo,
nossos olhares de encontram.
Vejo sua alma, e ela é tão transparente e limpa quanto a redoma.
Decido ficar mais um pouco,
enquanto meu corpo estiver de pé.
Se tem algo que aprendi com o amor é:
No chão eu não fico.
Podia ser de qualquer outro material,
mas é transparente.
Então, não consigo fingir que não sei que você está aí dentro,
sozinho
Com frio, quem sabe?
E tem um jardim tão bonito aí dentro. Com balanços e banquinhos. Árvores e lagartas.
Você parece saber minhas cores favoritas,
as flores que tem os perfumes que mais me agradam
Coloco as mãos nesse redoma e tento sentir o calor da vida que você cultiva aí dentro.
Aqui fora está gelado;
Meus lábios já escureceram e mal consigo abrir os olhos por causa da geada nos meus cílios
E meus cabelos estão imóveis e molhados
As pontas dos meus dedos eu nem sinto
Mas eu não tiro as mãos da parede
Minhas mãos estão nuas, só pra conseguir capturar qualquer faísca de vida que meus olhos encontraram ao seu redor
Posso voltar
Às vezes tenho impressão de te ouvir me mandar embora, ou pedir que eu volte pra minha casa, onde é mais seguro, e onde não venta tanto.
Deveria ir, minhas flores, aquelas que eu plantei e reguei sozinha, têm saudade,
os pássaros assobiam nosso código de socorro.
Mas tenho medo de esquecer o caminho de volta
Sabe, eu sempre fui ruim em decorar direções,
sumo os mapas, ou os jogo fora sem pensar.
Piso e quebro minhas bússolas sem querer.
Eu ando tão distraída...
Decido ficar mais um pouco, mas somente a pele não é suficiente pra manter meus órgãos em uma temperatura segura
Já estou completamente nua há um tempo,
Nem sei onde ficaram minhas roupas.
Corro perigo.
Meu sangue corre cada vez mais lento, o coração está atordoado.
Olho pra trás, meus pássaros vieram ao meu resgate.
Antes de ir, espio seu esconderijo,
nossos olhares de encontram.
Vejo sua alma, e ela é tão transparente e limpa quanto a redoma.
Decido ficar mais um pouco,
enquanto meu corpo estiver de pé.
Se tem algo que aprendi com o amor é:
No chão eu não fico.
sábado, 29 de julho de 2017
Você pensou em tudo, escreveu as regras, racionalizou nuances pouco conhecidas de sentimentos tão comuns. Gosta de ir além,
Já eu,
Eu só sei sentir coração pulando, pedindo pra ser pego pelas suas mãos,
Pra ser plantado no seu jardim, e finalmente florescer
Minha cabeça também pulsa com mil planos e ideias de como seria daqui pra frente se você viesse.
Mas as palavras são muitas, a vontade é muita
Falta coragem
É covardia disfarçada de princípios
É medo com cara de sensatez
Sinto uma ponta de orgulho de mim mesma porque, depois de tudo e tanto, ainda sigo no escuro, mesmo sabendo que em algum lugar existe um abismo.
Já caí e morri mais do que gostaria de ser capaz de lembrar e contar
Mas a vida é boa todas as vezes
Que seja.
Já eu,
Eu só sei sentir coração pulando, pedindo pra ser pego pelas suas mãos,
Pra ser plantado no seu jardim, e finalmente florescer
Minha cabeça também pulsa com mil planos e ideias de como seria daqui pra frente se você viesse.
Mas as palavras são muitas, a vontade é muita
Falta coragem
É covardia disfarçada de princípios
É medo com cara de sensatez
Sinto uma ponta de orgulho de mim mesma porque, depois de tudo e tanto, ainda sigo no escuro, mesmo sabendo que em algum lugar existe um abismo.
Já caí e morri mais do que gostaria de ser capaz de lembrar e contar
Mas a vida é boa todas as vezes
Que seja.
sábado, 22 de julho de 2017
Tudo novo
Não preciso ser salva de nada
Decidi eu mesma correr por aí
Bom que te encontrei fazendo o mesmo:
Procurando belezas parecidas, inspirações
Deve ser pra ser?
A gente viu que o mundo é bom, mas as cores tem mais sabor quando se desfruta junto
Será?
Dessa vez vou sem medo,
sem desespero:
seu coração é bom.
Essa é toda certeza que preciso.
Decidi eu mesma correr por aí
Bom que te encontrei fazendo o mesmo:
Procurando belezas parecidas, inspirações
Deve ser pra ser?
A gente viu que o mundo é bom, mas as cores tem mais sabor quando se desfruta junto
Será?
Dessa vez vou sem medo,
sem desespero:
seu coração é bom.
Essa é toda certeza que preciso.
domingo, 23 de abril de 2017
Nessas horas que percebo o quanto os pulmões ficam pequenos quando minha mente está ocupada quase que toda pela ideia da sua presença;
O intenso desejo, a vaga esperança de que, ao andar por aqui, vou tropeçar em você.
Fumo um cigarro antes de sair de casa, porque já sei que não é você aquele cara dobrando a esquina. Você não anda olhando pro chão, nem carrega nada nas mãos.
Meu cérebro bate contra meu crânio tentando se comunicar telepaticamente, tentando inventar teletransporte, transferência de sentidos, qualquer coisa que aplaque essa ânsia de estar perto,
Mas eu me tornei a fonte do seu medo. Minha obsessão é grande demais pra se disfarçar. Exalo vontade de digerir seu cheiro
engolir sua pele
arrancar sua saliva
Fumo outro cigarro enquanto saio sem motivo de casa, me agarrando à um sexto sentido falho que me diz que você está por perto.
Mas não está. Nem se estivesse aqui, não estaria. Suas asas são grandes e pesadas, te impedem de ficar em um só lugar.
Sua mente é uma floresta povoada por milhares de espécies peculiares, que só podem habitar em seu ser.
Ondas enormes e salgadas e violentas de sangue são bombeadas pelo seu corpo a cada segundo. E eu só penso em me afogar ali. Faz alguma maldade comigo, mas olha pra mim.
Não adianta. Seu olhar transpassa qualquer parede quilométrica de concreto. Enxerga o invisível, quer ganhar o mundo, eu te levo.
Posso ser um pedaço da sua canoa, só me deixa ficar perto.
O intenso desejo, a vaga esperança de que, ao andar por aqui, vou tropeçar em você.
Fumo um cigarro antes de sair de casa, porque já sei que não é você aquele cara dobrando a esquina. Você não anda olhando pro chão, nem carrega nada nas mãos.
Meu cérebro bate contra meu crânio tentando se comunicar telepaticamente, tentando inventar teletransporte, transferência de sentidos, qualquer coisa que aplaque essa ânsia de estar perto,
Mas eu me tornei a fonte do seu medo. Minha obsessão é grande demais pra se disfarçar. Exalo vontade de digerir seu cheiro
engolir sua pele
arrancar sua saliva
Fumo outro cigarro enquanto saio sem motivo de casa, me agarrando à um sexto sentido falho que me diz que você está por perto.
Mas não está. Nem se estivesse aqui, não estaria. Suas asas são grandes e pesadas, te impedem de ficar em um só lugar.
Sua mente é uma floresta povoada por milhares de espécies peculiares, que só podem habitar em seu ser.
Ondas enormes e salgadas e violentas de sangue são bombeadas pelo seu corpo a cada segundo. E eu só penso em me afogar ali. Faz alguma maldade comigo, mas olha pra mim.
Não adianta. Seu olhar transpassa qualquer parede quilométrica de concreto. Enxerga o invisível, quer ganhar o mundo, eu te levo.
Posso ser um pedaço da sua canoa, só me deixa ficar perto.
domingo, 19 de março de 2017
Temendo o dia que vai chegar alguém que vai explorar minhas fraquezas.
Vai ver minhas inseguranças, meus vazios, e se aproveitar disso.
Vai acabar comigo de uma vez por todas, como nunca aconteceu antes.
Todas as outras vezes, eu escapei. Eu saí quase ilesa. Eu dei sorte.
Mas um dia o azar vem.
E eu estou no ápice da vulnerabilidade. Pra piorar, escrevendo e publicando tudo pro mundo ver. Pra quem quiser ou puder ver, conseguir entender.
Por mais de uma vez quis voltar a escrever. Por pra fora o que me angustia, ser minha amiga. Me contar meus próprios problemas e tentar achar uma solução. Mas desisti todas as vezes.
Percebi que usei a palavra "vez" mais que o necessário. Perdendo minhas habilidades de auto expressão. Antes, eu achava uma vantagem. Enterrar tudo e não mostrar.
Mas agora, tanto faz.
Quem vier, bem vindo. Quem se assustar, meu sinto muito.
Vai ver minhas inseguranças, meus vazios, e se aproveitar disso.
Vai acabar comigo de uma vez por todas, como nunca aconteceu antes.
Todas as outras vezes, eu escapei. Eu saí quase ilesa. Eu dei sorte.
Mas um dia o azar vem.
E eu estou no ápice da vulnerabilidade. Pra piorar, escrevendo e publicando tudo pro mundo ver. Pra quem quiser ou puder ver, conseguir entender.
Por mais de uma vez quis voltar a escrever. Por pra fora o que me angustia, ser minha amiga. Me contar meus próprios problemas e tentar achar uma solução. Mas desisti todas as vezes.
Percebi que usei a palavra "vez" mais que o necessário. Perdendo minhas habilidades de auto expressão. Antes, eu achava uma vantagem. Enterrar tudo e não mostrar.
Mas agora, tanto faz.
Quem vier, bem vindo. Quem se assustar, meu sinto muito.
Pare de desconfiar. Não quero te roubar de você. Quero se proteja, se esconda quando achar que deve, fuja quando sentir medo.
Mas não desconfie.
Até não faria esse pedido antes porque não sabia o quanto estava disposta a transformar minha natureza controladora, invasiva, egoísta. Hoje eu sei.
Renuncio mesmo sua presença para que você sinta o ar mais livre. Sua voz, pra não cansar a garganta. Suas explosões de hormônio e fluido, pra que não fique fraco.
Essa renúncia quer ser vista como prova suficiente para que não levante mais suspeitas contra mim.
Mas não desconfie.
Até não faria esse pedido antes porque não sabia o quanto estava disposta a transformar minha natureza controladora, invasiva, egoísta. Hoje eu sei.
Renuncio mesmo sua presença para que você sinta o ar mais livre. Sua voz, pra não cansar a garganta. Suas explosões de hormônio e fluido, pra que não fique fraco.
Essa renúncia quer ser vista como prova suficiente para que não levante mais suspeitas contra mim.
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